Era uma vez, há muito tempo atrás, um grupo de desenvolvedores de jogos que atendia pelo nome de Piranha Bytes. Apesar do trocadilho horroroso em seu nome, a empresa realizou grandes feitos. Após quatro anos de dedicação exclusiva criando uma engine própria e estabelecendo a história de fundo para um RPG, eles lançaram Gothic. Jogadores bem-aventurados de todo o mundo foram abençoados com uma experiência única e surgiu a lenda de um pequeno jogo alemão obscuro capaz de rivalizar com os gigantes americanos. Rapidamente, o jogo entrou para a lista de favoritos deste que vos escreve.
Satisfeitos com sua obra e incentivados pelos seus admiradores, os brilhantes criadores da Piranha Bytes repetiram a façanha lançando Gothic II. O novo jogo usava uma versão ligeiramente modificada da engine original e ampliava os horizontes fantásticos do universo do Herói Sem Nome. O resultado uma vez mais garantiu o lugar do jogo em minha lista de favoritos.
Seria a Piranha Bytes capaz de repetir a façanha uma terceira vez? A resposta, após Gothic III, foi um sonoro “não” por parte da crítica e dos mesmos jogadores que aguardavam por uma continuação. Abstenho-me de emitir uma opinião, por motivos maiores que minha vontade. Mas, teria a Piranha Bytes perdido seu dom mágico ou forças mais sinistras estariam por trás da queda da série Gothic? Segundo informes não-confirmados, a produtora JoWood teria apressado a conclusão da obra e, consequentemente, provocado o lançamento de um jogo infestado de bugs e com uma história incompleta.
A partir deste ponto, o conto de fadas alemão se transforma em uma dura e cruel história da vida real que se repete ano após ano. Não seria a primeira vez que a implacável mão de ferro de uma produtora teria se abatido sobre desenvolvedores oprimidos. Há mais precedentes do que seria saudável na indústria dos jogos eletrônicos. Após incessantes discussões de contrato, a Piranha Bytes se recusou a fornecer novas correções ou dar suporte para um jogo que foi instruída a lançar com problemas. Os jogadores ficaram no meio do fogo cruzado. A JoWood dispensou os serviços da desenvolvedora.
Fim da história? Não. A JoWood herdou os direitos de lançar jogos com as características e o nome da franquia e já escalou a Spellbound para lançar o próximo Gothic.
Os desenvolvedores da Piranha Bytes viram sua reputação manchada e perderam sua primeira e única criação, após tantos anos de dedicação. Fim da história? Não. Felizmente, este pequeno conto de horror promete um final feliz. Os verdadeiros gênios por trás da série Gothic deixaram o passado para trás e já preparam sua próxima investida. Seu nome? Risen. O novo RPG envolve uma ilha misteriosa, templos emergindo do nada e uma invasão de bizarras criaturas. A esperança perdura... os magos ainda guardam muitas cartas na manga.
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