Em Maio de 2008, eu compilei uma lista de cinco jogos baseados em filme que mereciam ser conhecidos. De uma forma geral, a combinação cinema/jogo ainda é uma relação problemática, com um dos lados tentando capitalizar em cima do outro sem fazer esforço. O resultado costuma gerar péssimas adaptações de ambos os lados. Entretanto... ocasionalmente a química acontece! Seja por sorte ou por esforço por parte dos envolvidos, existem bons resultados. Apresento, então, uma nova lista com bons jogos inspirados em filmes:
Land of the Dead: Road to Fiddler's Green
George Romero inventou os zumbis no cinema como conhecemos. Poucos cineastas podem se gabar de terem criado todo um subgênero, como ele. Infelizmente, apesar de ser o "pai dos zumbis", nenhum de seus filmes jamais foi oficialmente adaptado para os jogos eletrônicos, apesar das homenagens. Incluindo Land of the Dead, de 2005. Pois Land of the Dead, o jogo, na verdade, começou seu desenvolvimento com o título de Day of the Zombie e, somente quando foi exibido para a Universal em busca de um patrocínio, é que o jogo ganhou seu nome atual e foi ligado ao filme que estava em produção. Uma vez atado ao filme de Romero, o jogo teve seu enredo levemente alterado, uma fase final acrescentada às pressas e um multiplayer cooperativo anterior a Left 4 Dead. Apesar da relação forçada com o filme (ou justamente por causa dela), o jogo brilha sozinho, funcionando como um prelúdio para os eventos apresentados no cinema. O jogador, na pele de um simples fazendeiro, acompanha a infestação dos zumbis desde o primeiro momento, quando um "estranho" sai do milharal e inicia uma desesperada fuga até o mítico refúgio dos vivos, Fiddler's Green. O grande mérito do jogo é criar e manter uma atmosfera de desolação, apocalipse e tensão que não cai em momento algum.
Mais do que uma adaptação, esse jogo é um trabalho de coração feito por fãs para fãs. Concebido inicialmente como um mod para Duke Nukem 3D, o jogo segue cena a cena os acontecimentos do filme e reproduz com extrema precisão os cenários da história. Seus criadores, obcecados pela perfeita reprodução, chegaram a visitar o edifício Fox Plaza, batizado de Nakatomi Plaza no filme. Fingindo interesse em alugar um espaço comercial, eles tiraram diversas fotografias para digitalizar e incluir no jogo. Logo em seguida, passou-se a utilizar a mesma engine do Half-Life original, com suas sequências coreografadas. O grupo de modders se dispersou com o título inacabado. Dois integrantes da formação original decidiram mostrar o produto para a própria Fox, em busca de financiamento. Em uma incrível reviravolta, a produtora gostou do que viu, cedeu os direitos de uso da marca, bancou a conclusão do projeto, liberou o uso da engine Lithtech e o jogo foi lançado no primeiro de Abril de 2002, anos depois de ter começado. Para transformar um filme de duas horas em um jogo de dez, duas centenas de bandidos e várias cenas novas foram acrescentadas, mas, basicamente, tudo que há no filme, há no jogo. O nível de fidelidade realmente impressiona.
Aproveitando o sucesso do filme, seus criadores encomendaram três jogos para três produtoras diferentes sobre o mito da Bruxa. O primeiro jogo foi excelente e entrou na minha lista anterior. Um raio cai duas vezes no mesmo lugar? Sim. E o segundo jogo consegue superar o primeiro! Na primeira tentativa, a Terminal Reality aproveitou a oportunidade para inserir alguns elementos de sua própria mitologia fantástica, colocando personagens do jogo Nocturne nas investigações dos eventos malditos de Burkittsville. O resultado, ainda que bom, continha traços de exagero típicos das histórias de super-heróis. No Volume 2 da série, entra em cena a produtora Human Head e o resultado é mais... humano. O jogador encarna Lazarus, um soldado da Guerra Civil Americana que perdeu sua memória e se vê envolvido nos mistérios da mata. A linha narrativa se divide entre eventos do passado do soldado ferido, onde terríveis acontecimentos provocaram sua amnésia , e eventos de seu presente, quando uma criança se perde na sinistra floresta e ele decide buscá-la. O jogo, então, colide com a lenda da Coffin Rock, onde, segundo o filme, vários homens foram encontrados mortos, nus e amarrados em uma pedra à beira do rio no século XIX.
O mais odiado capítulo da saga Star Wars conseguiu, ironicamente, derivar um jogo de qualidade quase unânime. Racer cobre o campeonato de corrida de Pods, cujo circuito de Tatooine é disputado pelo jovem Anakim Skywalker durante o filme. Lançado antes do primeiro episódio de Guerra nas Estrelas, é mais um dos estranhos casos em que o jogo antecede o filme no qual se inspira. Felizmente (ou infelizmente) o jogo não revela nada da história da Ameaça Fantasma e se comporta como um jogo de corrida como qualquer outro, com diferentes pilotos a se escolher, diferentes veículos customizáveis, pistas exóticas e um sistema de pontos que permite melhorar os atributos do veículo. O grande diferencial do título é a absurda sensação de velocidade conferida pelos Pods: afinal, eles nada mais são que carcaças de metal amarradas por cabos a turbinas de espaçonaves! O chão treme quando eles passam, o ronco dos motores é ensurdecedor, a paisagem passa vertiginosamente e todas as decisões precisam ser tomadas em fração de segundos. De todos os jogos de corrida que eu joguei, este é sem dúvida o mais rápido. Circuitos simples e comandos precisos equilibram a dificuldade, tornando a experiência agradável, mesmo com a aceleração exagerada.
Ver as duas maiores criaturas espaciais do cinema se enfrentando sempre foi um sonho dos fãs. Se, na tela grande, esse confronto ainda não empolgou, o mesmo não pode ser dito da tela do PC. Para felicidade de todos, este jogo não guarda qualquer relação com o filme do mesmo nome, sendo, de fato, a continuação do primeiro jogo. A Monolith Productions removeu as falhas cometidas no título anterior, aperfeiçoou a engine gráfica, acrescentou uma história que unisse as missões dos três personagens e lançou um jogo à altura dos monstros envolvidos. Ou quase. Jogando como marine, eu conheci o medo de adentrar instalações assombradas por inúmeros aliens e sorrateiros Predadores. Sabiamente, os produtores tornaram o personagem humano capaz de sobreviver ao desafio (ainda que no limite). Jogando como Alien, eu acompanhei a evolução desde um "singelo" facehugger até me tornar uma eficiente máquina de matar. O Alien deste jogo talvez seja mais letal do que aqueles mostrados em qualquer filme e a sensação de poder animal está muito bem representada. Jogando como Predador eu fui caçado, espancado, avistado, humilhado, metralhado e escorraçado. Como no primeiro jogo, o Predador não corresponde aos filmes e continua aguardando um título que faça justiça à sua fama... Mas, dois terços de jogo bom já asseguram o lugar de Aliens vs Predator 2 nesta lista.
Um comentário:
O star race joguei no nintendo 64, alien vs preadador joguei muito tenho ele aqui mas não sei se é o 1 ou segundo, acho que é o segundo pois é de 2002 ou 2003 que o peguei e joguei, muito cabuloso, mas dificil pra caramba. Bruxa de Blair não gostei de nehum filme, e o jogo não me chamou atenção por isso, e Land of Dead com certeza vou dar uma olhada, curto muito o Romero e filmes de zumbi( fiel retrato do ser humano hehehe) e duro de matar todos os filmes são f*d* então ta valendo dar uma olhada.
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